quarta-feira, 29 de outubro de 2008

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Como não tenho insecticida...


Houve mais um anónimo que resolveu meter aqui o bedelho sem ser chamado. Como não tenho um pingo de respeito por cobardes, e o blog não tem insecticida, decidi começar a "moderar" os comentários.

A partir de agora, podem (e devem) escrever os comentários que quiserem; mas só serão publicados depois de eu fazer a necessária desratização.

A manipulação habitual

«A empresa petrolífera estatal de Cuba anunciou que a ilha tem um potencial de 20 mil milhões de barris por explorar na costa norte. A descoberta pode colocar o país dos irmãos Castro entre os 20 maiores produtores mundiais do ouro negro»
Semanário Sol

Eu também podia escrever uma notícia a dizer, por exemplo:

«As empresas de armamento e a indústria farmacêutica do país da família Bush continuam a apresentar lucros na ordem dos 200.000.000.000.000 de dólares.»

Estaria a ser tão idiota quanto o editor do Sol. Porque, ainda que as receitas dessas duas nojentas indústrias sejam, de facto, elevadas, os EUA não são da família Bush.

É por estas e por outras que aparecem tantos imbecis a papaguear a propaganda ocidental.

O Capitalismo político (mas, sobretudo, o económico) está de tal maneira organizado na cabeça dos acomodados, que eles já não conseguem pensar fora ou para além da lógica capitalista ou neoliberal. É por isso que não entendem a crise (que não é apenas económica e financeira), nem conseguem perceber que o Mundo está a mudar politicamente.

Ao contrário do que sentenciou Fukuyama, as democracias liberais não representam o Fim da História. Bem pelo contrário; estão a definhar, e levarão com elas para o túmulo o modelo político-económico capitalista - como já se está a ver, aliás.

Só o Pacheco Pereira (mais o inefável Luís Delgado ou o beato César das Neves) é que se recusa a aceitar essa evidência - o que não admira, uma vez que, desde a intervenção no Iraque (que apoiou incondicionalmente), não tem feito outra coisa senão enganar-se.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Vou de férias!!!!

Ando com um humor variável e sem pachorra para escrever "posts". E começo a pensar seriamente em acabar com este blog. Até tomar uma decisão definitiva, vou de férias. Tchau!!!!!!!!!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Isto não é um "post"; é apenas publicidade!

Lançamentos:

Dia 31 de Outubro, Fnac de Alfragide (porra, ninguém se orgulha de lançar um livro num local chamado Alfragide, mas a editora atrasou-se a "reservar" a Fnac do Colombo ou a do Vasco da Gama), às 21h30.

Dia 7 de Novembro, às 20h00, no recinto da Feira do Livro do Outono Vivo, junto à marina da Praia da Vitória.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Assim, não brinco mais!!!!!!!!!!!!

Pronto! Amuei!

Cheguei à conclusão que já ninguém tem pachorra para ler esta coisa.
Ando eu aqui a escrever posts, a "publicar" músicas, mais o raio que me parta, e não há uma alma que faço um ÚNICO comentário.
É por isso que, de cada vez que volto aqui, sinto o odor acre e o silêncio fúnebro dos cemitérios paramentados (não devia ter usado esta última oração; vai fazer-me falta e depois vou ter de me pilhar a mim mesmo). E esse silêncio, vosso Deus, esse vexatório silêncio, é intolerável.

Porra! Ao menos, deixassem um comentário do tipo: «Não percas tempo! Experimenta o aeromodelismo!»

Sendo assim, e uma vez que ninguém tuge enquanto eu mujo, tomo por aquirido que esta chafarica se tornou inócua, desinteressante e aborrecida - se é que alguma vez não o foi...

Portanto, não publico mais trampa nenhuma!!!!!!!!!

P.S. Se alguém, por manifesta distracção, passar por aqui, sugiro vivamente que passem a visitar os blogs dessas duas figuras eminentes da política e cultura portuguesas: Mendes Bota e Chico Barata.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O fim do neoliberalismo


Como todas as pessoas informadas sabem, os neoliberais odeiam o Estado. Porque os neoliberais confundem «economia de mercado» com «capitalismo especulativo»: um capitalismo selvagem, sem interferências reguladoras do Estado - logo, sem regras nem limites aos caprichos ou à irresponsabilidades dos gestores das multinacionais e, sobretudo, dos especuladores bolsistas sem escrúpulos.
Mas, tal como está a acontecer agora nos EUA, quando é preciso salvar os prejuízos causados pela sua dogmática doutrina económica, clamam pela intervenção do Estado.
Se os líderes mundiais, finalmente, tiverem juízo, esta crise, de consequências imprevisíveis, vai acabar de vez com o neoliberalismo - e, por junto, provocar um grave rombo no velho capitalismo.
Deixo-vos dois excertos de duas crónicas que escrevi em 1998 - faz agora, precisamente, 10 anos.

«(...) O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento divulgou o seu relatório de 1998. Os resultados confirmam a injustiça social, a crise económica e o aumento da pobreza no Mundo. Alguns indicadores sobre as diferenças de rendimento e qualidade de vida entre países e continentes são tão humilhantes e deprimentes que dispensam comentários. Desde, pelo menos, os anos setenta que a economia tomou conta disto. E isto que o relatório revela é o resultado das contas furadas da economia liberal. Um resultado triste e muito pouco animador. Entretanto, o Mundo navega à deriva. Sem rumo nem liderança. (…) A “direita” e a “esquerda” têm vindo a encontrar-se progressivamente ao “centro”. Um “centro” indeterminado, sem vontade nem ideais - gestor das circunstâncias, refúgio dos acomodados e futuro cemitério de uma geração de políticos.
Sabemos que a coisa não pode e não vai continuar assim. Mas a solução tarda a chegar. A crise bolsista (que já tinha aqui modestamente antecipado) e o rombo na economia especulativa, (…), são sintomas de uma desorientação geral e da ausência de liderança no Mundo. (…) Os EUA espirraram e o resto do Mundo engripou.(...)»
15 de Setembro de 1998

«(…) Este século foi vertiginoso e arrepiante (o tal século “breve”), e esta época de transição - sabe-se lá para quê e para onde - não tem sido muito animadora. A falência tem sido, nos últimos anos, a palavra de ordem: falência das ideologias, dos modelos económicos, das ordens morais e da fé tradicional. Estes dias, a barbárie na Argélia e os “sismos” financeiros nas praças asiáticas deram-nos sinais claros de que não há motivo para optimismos panglossianos. As histórias que Bernard-Henry Lévi tem publicado no Público sobre o terror argelino provocam-nos um envergonhado niilismo. Por esse mundo fora, nidificam diariamente conflitos tão violentos como irracionais. (…) Os líderes políticos do mundo inteiro vão navegando ao sabor do vento. E a “globalização” económica geme e treme.
(…) Estão reunidas algumas condições para a deflação, e Wall Street tem vivido estes dias num justificado desconforto, olhando constantemente por cima do ombro. Este modelo reinante de capitalismo financeiro, com o descontrolo natural da especulação, (…) e a dificuldade dos mercados (…), recordam o 24 de Outubro de 1929, a famigerada quinta-feira negra, quando o crash da Bolsa de Nova Iorque afundou o mundo numa gravíssima depressão.(...)»
15 de Janeiro de 1998