domingo, 29 de junho de 2008

Iggy - As minhas favoritas


Shades

You gave me a present
The paper was blue and green
I unwrapped it with pleasure
These are the best shades I've ever seen
You can be my girlfriend
Forever and a day
I never thought I was worth much
Or that anyone would treat me this way

I'm not
The kind of guy
Who dresses like a king
And a really fine pair of shades
Means everything
And the light that blinds my eyes
Shines from you
It makes me come in the night
It makes me swim with delight
I like this pain
I like this mirror
I like these shades

I could have had a problem
I might have never followed through
The other guys are in trouble
They wouldn't listen to a girl like you
These shades say something
I'll bet they cost a lot
I hope I don't break 'em
I hope we don't break up

I'm not
The kind of guy
Who dresses like a king
And a really fine pair of shades
Means everything
And the light that blinds my eyes
Shines from you
It makes me come in the night
It makes me swim with delight
I like this pain
I like this mirror



Isolation

Needed you, you were only using
Needing you just tore me down
And here I stand in isolation
feeling emptiness and doubt
walking down the broken highway
sucking sugar plain and sweet
did your mother ever tell you
that the joyful are free

I need some lovin'
like an inmate needs a dime
I need some lovin'
like a poet needs a rhyme
here i stand in isolation
my empty hands in isolation
walking down the broken highway
sucking sugar cause it's my way

find me one heart to complete with
heading for the farthest reaches
I need some lovin'
like a body needs a soul
I need some lovin'
like a fastball needs control
here i stand in isolation
my empty hands in isolation
strike up the band
in this proud land

got a lot to do
got a lot to say
got a life to live
here I stand...

sábado, 28 de junho de 2008

Paulo Coelho e a Filosofia do Óbvio



E um boomerang em lugar do arco e flecha?



Não haja dúvidas! Este tipo é um espertalhão! Um verdadeiro industrial do sector da literatura de auto-ajuda.
Cada vez que me lembro que este merdoso escrivão foi aceite pela Academia Brasileira de Letras como um espécime literário, depois de terem recusado Drummond de Andrade ou Vinícius de Morais …

Para confirmarem, ofereço-vos algumas frases apologéticas da sua doutrina, que podem encontrar no seu site, convenientemente composto e redigido em inglês.


We cannot all see the dreams in the same way.
A menos que tivéssemos todos o cérebro programado, Paulinho.

The search for happiness is more important than the need for pain.
Obrigado, Coelho, por esta revelação. Eu, por exemplo, estava perfeitamente convencido de que a necessidade de dor era bem mais importante para o meu matrimónio do que a procura de felicidade. Até já tinha pedido à minha amada que comprasse, com urgência, uns acessórios sadomasoquistas numa Sex Shop. É que a nossa relação não ia lá muito bem. Mas depois deste teu sábio conselho, decidimos frequentar uma Igreja Maná.

Love is only a small thing, enough for one person, and any suggestion that the heart migth be larger than this is considered perverse.
E agora pá? O que raio é que vou dizer às minhas amantes, ó génio da espiritualidade e fabricante de livros à tonelada? Explica-me lá como é que me desfaço delas sem que elas me furem os pneus do carro ou me roubem o cartão de crédito? As tipas nem conhecem a palavra «perverso»…

Sometimes an important incident is capable of turning everything beautiful into a moment of anxiety.
E o contrário também funciona, certo? Hás-de convir que essa coisa de nos acontecer "an incident" a qualquer momento tem uma grande probabilidade. E podemos passar da ansiedade a outro estado de espírito. Tens razão rapaz. Sim, é verdade, eu confirmo. A semana passada, pouco antes de terminar o jogo com a Alemanha, recebi um telefonema de uma colega a pedir que lhe fosse ajudar a carregar uns móveis. Passou-me logo a ansiedade. Mas subiu-me cá uma raiva...

Our true friends are those who are with us when the good things happen. They cheer us on and are pleased by our triumphs. False fiends only appear at difficult times, with their sad, supportive faces. When, in fact, our suffering is serving to console them for their miserable lives.
Repararam bem na abjecta confissão de solidariedade deste criptofilaucioso. Para mim, já só lá vai com aguarrás na mioleira e uns pauzinhos de bambu cravados nas unhas dos pés.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Estou completamente perdido








Cécile de France








Natalie Portman


Um aviso prévio: ainda não estou completamente chanfrado; e muito menos sexualmente tarado. É apenas a Primavera, como já expliquei outro dia.

Em Março deste ano, por recomendação, encomendei, na Fnac (a minha loja diária), Closer - Perto de mais. É um filme excepcional, que recomendo sem dar nenhuma informação para não provocar nenhuma influência.
Como algumas vezes acontece, apaixonei-me perdidamente por uma das actrizes do filme: Natalie Portman. A coisa foi tão forte e despropositada que, mal terminou, corri para o computador e acedi à Fnac, para comprar todos os seus filmes disponíveis. Encontrei apenas dois: Os Fantasmas de Goya (apreciável, com Javier Bardem, que faz um excelente papel); e Leon, O Profissional (um filme mediano, o primeiro de Natalie, quando tinha apenas 14 anos). Comprei-os, esperei ansioso pela chegada do correio, vi-os seguidos, e, naturalmente, Natalie instalou-se-me no juízo e nas vigílias diurnas. Vivi feliz “com ela” até à última sexta-feira.
Não foi bem sexta-feira, foi já na madrugada de sábado, quando vi, num dos canais da TVCine, um filme que me deixou duplamente impressionado. O filme chama-se, em português, Quando eu era cantor, e tem como intérpretes Gérard Depardieu e Cécile de France. Está-se mesmo a ver que me passei com a menina – sim, porque ela é quase uma menina, nascida na Bélgica, em 1975.
Quando o filme acabou, voltei a fazer o mesmo: computador, internet e Fnac – mas não encontrei um único dvd disponível.
Resolvi então pesquisar. Entrei no primeiro resultado, um site francês, e dei com uma situação que me baralhou ainda mais o cérebro, já de si embaraçado. O site, especialista em cinema, tinha várias sondagens aos visitantes, com os respectivos resultados. Abri a categoria espoir étranger: 1º lugar, 39,1% - Cécile de France; 2º lugar, 18,4% - Natalie Portman, nascida a 9 de Junho de 1981. Passei o resto da noite, até às 9.00 da manhã, a navegar por todas as suas fotos, todos os seus vídeos e todas as suas críticas. Tudo serviu para me aumentar o desassossego, e desde esse dia que me deito com as duas.

Bem sei que estas obsessões parecem doentias, mas eu não sei viver sem heróis, paixões ausentes e remotas, ou outras referências. E não me arrependo, nem pretendo mudar.
Sempre tive paixões por actrizes de cinema ou televisão: Marthe Keller, Andie MacDowell (por quem me apaixonei em Green Card - Passaporte para o amor, onde contracena com Gérard Depardieu – esse magnífico actor, mas disforme senhor, que me causa inegáveis ciúmes), Júlia Roberts, Meg Ryan (que até tem os joelhinhos metidos para dentro), Juliette Binoche, Fernanda Lima, ou Jennifer Morrison. Nenhuma (tal como Cécile e Natalie) é perfeita, segundo a beleza padronizada. Mas todas têm uma coisa em comum: belíssimas mãos.

Como disse, vou continuar a apaixonar-me por essas miragens. Apesar de saber que - para usar uma expressão que escrevi numa das páginas do meu romance em construção - «(...)os ídolos são perigosos: não têm defeitos».

sábado, 21 de junho de 2008

Eu sou fanático do Dr. House



Acabou a IV série do Dr. House e eu não sei o que fazer, daqui para a frente, às onze da noite das segundas-feiras. Sinceramente, na série, as questões médicas pouco ou nada me interessavam. O que me fascinava (fascina) era a personagem de Greg House: inclassificável!
Ainda por cima, revia-me no humor corrosivo, na intuição (baseada na acumulação de muito saber e muita experiência), na imodéstia, e no famigerado mau-feitio do House.
Ponham o volume no máximo e vejam este "clip".

Dr. House and Jennifer Morrison



Tinha de "postar" este vídeo. Por ela!
P.S. Voltem a pôr o volume no máximo.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Falta-me tempo para ser rico

Para usar um chavão, sou uma rica pessoa, mas não sou uma pessoa rica. E isso, como calculam, não é lá muito confortável.
Devo dizer que tenho o mais profundo desprezo pelo dinheiro; e a prova disso é que o gasto ou ofereço todo, sem fazer cálculos ou contas de subtrair – sim, porque o dinheiro nas minhas mãos diminui vertiginosamente.
Nos últimos meses, por razões que não vou explicar, dei comigo a pensar que gostava de ser rico. Bom... não é rico, rico, rico. Não é sequer rico. É só ter o suficiente para subir acima do remediado.
E o que fazem as pessoas comuns quando querem ganhar dinheiro? Mudam de empresa ou profissão? Não! Arranjam dois empregos? Não! Fazem horas extraordinárias? Não! Está bom de ver que não. Naturalmente, começam a jogar no Euromilhões. Foi o que comecei a fazer, mas a merda do prémio nunca mais me sai, e sinto uma dolorosa injustiça divina, porque se há alguém que mereça ganhar uns milhões de euros sou precisamente eu. Porquê eu? Exactamente pelas mesmas razões que vocês invocam para o merecerem – não sei quais são as vossas razões, mas faço-as desde já minhas.

Eu não queria dinheiro para carros de luxo, veleiros, caviar, palácios ou gajas boas. Bem... gajas boas, sim! Porque sei, por amargurada experiência própria, como é cada vez mais difícil arranjar uma gaja boa que nos queira - o que, no meu caso, é compreensível: estou um chaço e não tenho um tostão. Às vezes (poucas) iludo uma ou outra incauta com elevadas conversas sobre Literatura e Ciência Política, mas elas acabam por nem sequer chegarem a ler o Bioy Casares e o Ramonet que lhes recomendo, tal é a pressa de se livrarem de mim – para ser mais exacto, para fugirem - antes do Verão - da vergonha de partilharem em público a minha proeminente pança.

Vejam bem. Eu só queria ter dinheiro suficiente para ter tempo. (Ocorre-me agora, ao fim de tantos anos a ouvi-la, o verdadeiro significado da expressão «tempo é dinheiro».) Repito: eu quero dinheiro para ter tempo. E, tendo tempo, ganhar dinheiro. Parece parvo (o que, tratando-se de mim, não era de estranhar), mas o que eu preciso, juro-vos, é de tempo para ganhar dinheiro.
Eu explico! Se tivesse tempo – ou seja, se não tivesse obrigações profissionais (escrevi obrigações profissionais para realçar, justamente, a palavra «obrigações»; mas o mais comum é chamarmos-lhe emprego) -, eu podia ler, TODOS OS DIAS, até às três da madrugada, e depois escrever até às oito da manhã, sem pensar que a seguir tinha de arrostar a escola com uma “directa”.
E como ganhava o dinheiro? Escrevendo, obviamente. E lendo, lendo muito, para escrever muito e mais e bem – esta é a parte mais difícil, porque está por provar que a minha escrita seja tão boa que me permita ganhar dinheiro a escrever livros. Mas já ouvi dizer que sim, que consigo, que posso ser um bom escritor e essas coisas. Em todo o caso, sem tempo para escrever não posso...escrever. E, sem escrever, não publico livros e não ganho dinheiro. E isso, naturalmente, aborrece-me.

Bolas! Não existe por aí uma providência qualquer (aceito donativos!) que me queira dar uma oportunidade de ter dinheiro para ter tempo para ter dinheiro?
Suponhamos que sim, que aparecia uma providência e que me caíam uns bons trocos na conta bancária. Posso imaginar os meus dias, dia a dia, a partir desse mesmo dia.
Quando acabasse de escrever, às oito da manhã, nadava dez minutos numa modesta piscina caseira. Depois, se fosse verão, sentava-me no alpendre a tomar o pequeno-almoço e a repousar as meninges, ouvindo música. Saía às dez, para comprar carne, peixe e legumes frescos, e voltava para fazer o almoço - confeccioná-lo, seria o termo mais indicado.
Adoro cozinhar e até já comprei um par de livros de culinária. Não são livros de receitas (isso oferecem no hipermercado), são livros que ensinam tudo sobre temperos, ervas aromáticas, composições, calorias, técnicas de cozinha, e por aí fora.
A seguir ao almoço, via e lia as notícias, e depois dormia até às oito da noite. Jantava uma salada, e deitava-me no sofá a ver um filme, um programa interessante ou o Dr. House, até à meia-noite. E assim sucessivamente. Em dias de pouca inspiração, ou de preguiça, via a Tv Shop até de manhã. Não há nada melhor do que ver a Tv Shop para sentirmos uma doce alegria por estarmos vivos e sãos - sobretudo, mentalmente sãos. Comigo funciona.

Além disto tudo, procurava arranjar uma companhia feminina intermitente. Apesar de já ter percorrido muito caminho, lembro-me sempre de uma frase que devo ter lido estampada no vidro traseiro de uma carrinha de pão: «Não podes deitar-te com todas as mulheres do mundo, mas deves fazer um esforço…».

Porra! Dêem-me tempo!

Viva a Revolução!




Acabei de ver a entrevista de Mário Soares a Hugo Chávez.

Ainda estou emocionado.
Aquela admirável conversa, nos princípios, nos valores, nas propostas, nos termos e até nos detalhes, é tudo o que há anos penso e digo.
Viva Don Mário. E Viva Chávez!

terça-feira, 17 de junho de 2008

O Estado da Arte no Sorriso Universal



Oito exemplos aleatórios:

1. O sorriso de José Saramago: raro; parece que, após ganhar o Nobel, insuflou-se com demasiado oxigénio, que o aparelho digestivo foi expulsando em fugas silenciosas, durante os jantares de cerimónia – e ninguém ri enquanto solta ventosidades ao lado do Rei de Espanha. Os especialistas afirmam que o processo deixou uma mazela: uma relutante bolha de gás, que ficou alojada a meio do intestino grosso, provoca ao autor fortes pontadas quando o obrigam a rir.
2. O sorriso de Paula Bobone: sorri com a sobrancelha direita arqueada; um trejeito que resulta do terrífico pânico de revelarem a sua verdadeira profissão: é dona e gerente de um cabaret ordinário na margem sul de Lisboa.
3. O sorriso de Medina Carreira: não tem; perdeu-o quando reparou que o Mundo o tinha atropelado, e ido embora sem que ele desse por isso.
4. O sorriso de Neil Diamond: tímido e hesitante; justificado pelo receio de que lhe caia a dentadura.
5. O sorriso de Jean-Marie Le Pen: ninguém dá por ele; tem a cara toda amarrotada, o que leva as pessoas a confundirem o queixo com a testa – as poucas que se concentram numa só parte, são fatalmente atraídas pelo olho de vidro.
6. O sorriso de Than Shwe, o ditador de Myanamar: não sorri em público; tem os dentes podres, à semelhança da sua consciência.
7. O sorriso de Margarida Pinto Correia: hum…difícil de avaliar; demasiado verdete entre os dentes e o aparelho dentário.
8. O sorriso de Sócrates: nunca saberemos; apesar de constar que um reputado fisionomista grego, famoso no séc. V a.C., tenha afirmado que o rosto de Sócrates escondia um embuste, o filósofo ficou conhecido pela sua cidadania exemplar. Mas o especialista sempre afirmou que a fisionomia facial de Sócrates revelava as características de um perigoso serial killer. Pelo que se sabe não sorriu enquanto nem depois de tomar a cicuta. (Enganei-vos! Pensavam que era o nosso primeiro-ministro, hem?)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

PRIMAVERA PARA VETERANOS

A uma alma confundida com o meu carácter

Não são as flores, o calor, as andorinhas, o fogo intenso do Sol, a cor das manhãs, ou o extenso ocaso, que faz da Primavera o período mais aclamado pelos homens. O que sanciona o gosto celestial dos homens heterossexuais por esta estação do ano, são as primeiras revelações femininas: os tornozelos despidos, a redescoberta dos ombros e das costas nuas, o umbigo assinalado, e depois as coxas, os joelhos polidos e a pele: toda a sua fracção visível.
Para nós, muito mais do que um mergulho na água fresca, as férias planeadas, ou as viagens exóticas, é a beleza feminina – naturalmente emoldurada pelo encanto da Natureza transformada - que nos confunde os sentidos, nos enrosca o cérebro em fantasias eróticas, nos inibe das depressões sazonais, nos faz crescer, subitamente, e sem consentimento, o membro da Vida, e nos faz cantarolar as broncas letras das músicas de Verão antecipadas, com uma distinta patetice gomada no rosto. Para os homens, não há mar de Cabo Verde, poemas de amor juvenil, velas acesas no escuro da praia, leituras do Paulo Coelho, ou profundos suspiros filosóficos. Para os homens heterossexuais, na Primavera, só existe a estética curvilínea das mulheres e o apelo ingovernável da líbido.

Não! Recuso-me!



Quando soube que Mike Newell tinha adaptado para o cinema O Amor nos Tempos de Cólera, tomei imediatamente uma firme decisão: «Não vou ver o filme. Nem que chova a Natalie Portman.»
O Amor nos Tempos de Cólera é, para mim, O romance. Não o li tantas vezes como li Cem Anos de Solidão (sete vezes, pelo que me recordo), mas considero-o o melhor romance de García Márquez: o meu escritor preferido. É um livro perfeito na sua estrutura, genial na construção das personagens, com uma narrativa inexcedível, e escrito com a minúcia, o primor, a beleza e a paciência que só os relojoeiros do séc. XIX dedicavam ao seu prodigioso ofício.
Invariavelmente, os filmes reduzem os livros e roubam-lhes a alma. No caso da escrita mágica de Gabo, degolam-nos a imaginação e destroem as cores, as brisas temperadas ou os odores que vimos e sentimos ao ler os seus livros.
Gabriel García Márquez quase não usa diálogos, as falas são raras, e normalmente curtas, e só aparecem quando são estritamente necessárias e justificam um soco de inspiração na nossa leitura. Ele não precisa dos diálogos; porque apura tão bem as palavras e compõe de tal forma as frases e os parágrafos, que as suas imagens, metáforas ou “simples” descrições, nos fazem entender tudo – rigorosamente tudo.
Por isso - e tudo o mais que tem merecido teses e teses -, é de todo impossível “explicar” na tela o “universo” de Gabo. Não é exequível, por exemplo, que algum realizador de cinema seja capaz de transmitir, por inteiro, a sabedoria expressa nesta frase, em que García Marquez descreve um complexo sentimento de Fermina Daza por Juvenal Urbino: «Por isso não o tratava como a um velho difícil mas como a um menino senil, e esse engano foi providencial para os dois, porque os salvou da compaixão.»
Não! Não vou ver o filme. Não vou estragar um dos mais deliciosos e exaltantes sonhos literários a minha vida.

P.S. Aceitei, intimamente contrariado, esta foto que Ma Belle me enviou. Uma bela foto, aliás.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

EU FUI...3; E VIM MUITO SATISFEITO!!!!!!!!


Grande concerto!!!!
Quando acabou a lamentável actuação de Amy Winehouse, viemos verter e beber algum líquido, e acabámos por ficar cá por cima, convencidos de que iríamos ouvir mal Lenny Kravitz – tal como havia acontecido com a Ivete Sangalo, que abandonámos à sua poeira...
Mas Lenny Kravitz beneficiou de um som magnífico, e deu um concerto excepcional. Que me lembre, só tocou duas músicas do seu último cd de originais (It is Time for a Love Revolution), e decidiu alinhar um conjunto de temas que atravessa toda a sua carreira.
Adorei ouvir Mr. Cab Driver. E as outras 90 e tal mil pessoas – que lá estavam a pular e a balancear os braços – viajaram por quase duas décadas, através de músicas que terão marcado momentos inconfessáveis.
Ver aquela multidão a mover-se ao som de American Woman, ou a pretender voar com Fly Away, foi como filmar na memória uma noite de frames indeléveis.

EU FUI...2


Este rapaz, que algumas almas (presunçosas, porque tristemente preconceituosas) não gostam só porque é "popular", abriu o Rock in Rio e deu um concerto muito bom, com um alinhamento para toda a família.
Paulo Gonzo é um cantor e intérprete de excepção, e faz-se acompanhar por bons músicos.
A versão de Blue Jean, do grande David Bowie, foi, para mim, talvez o melhor do seu espectáculo. Só faltou Shades, do Iggy Pop, que já o ouvi cantar.
Por esta altura, ainda estava eu radiante com a perspectiva do concerto da Amy...

EU FUI AO «ROCK IN RIO» 1



Esta rapariga quase me fodeu o concerto.
Estou-me perfeitamente a ralar para os seus excessos; interessa-me, isso sim, a sua loucura criativa e interpretativa.
Neste Rock in Rio, Amy não revelou inspiração e talento, e deu um espectáculo medíocre, deprimente e repulsivo. Quando cantou Rehab, e algum público a acompanhou no determinante «no, no ,no» - em resposta a «they tried to make me go to rehab» -, o meu amigo Pedro começou a gritar «go, go, go», e eu acompanhei-o com mágoa e revolta.
Vou continuar a ouvir Amy Winehouse nos cds que tenho, e esperar que alguém despeje essa menina prodígio num centro de reabilitação. Seria uma grande perda, se Amy viesse a confirmar a sua prematura morte anunciada